Sinopse
Conta a dificuldade de dois autores (Barbosa Junior e Pinto Filho) em conseguir um empresário para sua revista chamada “Banana-da-terra”. Indo a um cassino, lembram-se de que ali seria o local ideal e procuram o empresário (Jaime Costa), que recusa a oferta. Mas, como a atração contratada pelo empresário não chegara da França, ele corre em busca dos dois e aceita a revista. E durante o desenrolar do espetáculo, tudo o que existe de mais incrível acontece. A história e as partes do texto, incluindo piadas satirizando figuras e fatos da época, são pretextos para os números musicais, com os maiores nomes do rádio e do teatro.
Contexto
Quase noventa anos depois, é difícil mensurar para a mentalidade atual a importância de obras como Alô, Alô, Carnaval, um dos exemplos primordiais de chanchada. Um elenco recheado de astros, números musicais, um fiapo de trama (no caso, um comentário metalinguístico sobre as dificuldades de se fazer entretenimento) e uma atitude debochada e sarcástica aos costumes moldou um modelo que seria repetido à exaustão nas décadas seguintes. Crítica nunca pesada, é claro – estamos às portas do Estado Novo, afinal – com charme e ufanismo o suficiente para agradar o projeto dirigista de Getúlio Vargas de se fazer um país. O diretor Adhemar Gonzaga certamente figura aqui e no início da nossa filmografia como um de seus maiores batalhadores: a Revista Cinearte, a produtora Cinédia e clássicos de Humberto Mauro, Gilda de Abreu e claro, da chanchada, tem o seu nome por trás. Alô, Alô, Carnaval é um filme importantíssimo para entender não só o movimento mas a figura de Gonzaga.
Por Bernardo Brum