Sinopse:
Admiradora de obras de arte e, em especial, da cerâmica de Marajó, jovem viúva compra uma cerâmica de objetos utilizados e a entrega a um talentoso artesão para que desenvolva suas habilidades artísticas. Apaixonado pela patroa, o jovem desfaz seu namoro com uma moça da região. Alertada pelo pai da moça sobre o acontecido, a viúva, apesar de amá-lo secretamente, recusa o amor do ceramista.
Contexto:
A influência modernista de Humberto Mauro ganha nova dimensão durante o Estado Novo de Getúlio Vargas (1930–1945). Apesar de trabalhar para o governo populista da época, Mauro usou sua ideologia regionalista para contrapor um Brasil que crescia cada vez mais urbano. É nesse contexto que Argila se revela um filme deliciosamente subversivo. Em uma sociedade essencialmente patriarcal, a protagonista é uma mulher. Luciana é uma viúva rica que ignora o noivado de Gilberto e Marina e investe em seu empregado, um artesão de cerâmica. O tempo todo, Mauro contrapõe campo e cidade, ricos e pobres, brasileiros e europeus, brancos e indígenas, em uma obra que se empenha em marcar posição crítica sobre o Brasil dos anos 1940.
Por Rodrigo Torres