Candinho (1952)

Sinopse:

Candinho (Mazzaropi) foi encontrado nas águas sujas de um riacho. Ao seu lado estava um jumentinho, chamado Policarpo. Candinho e o jumento cresceram juntos, mas um dia Candinho, um pouco mais inteligente que Policarpo, convenceu-se de que a vida era muito dura, já que por qualquer coisa errada era espancado pelo seu benfeitor, o proprietário da fazenda. É quando decide fugir para São Paulo, só que a cidade grande assusta os dois caipiras. Candinho conhece Filoca (Maria Prado), uma taxi-girl por quem se apaixona.

Contexto:

Mazzaropi é um ícone do cinema brasileiro e Candinho é um marco fundamental de sua história. Seu terceiro e último longa para a lendária Companhia Vera Cruz é também o filme de estreia da persona que marcaria para sempre sua carreira, arrastando multidões para os cinemas com o jeito simples, bronco, ingênuo e carismático do seu famoso caipira. Otimista e religioso apesar de todas as agruras, às vezes grosseiro mas essencialmente bondoso, Mazzaropi sumariza um ideal brasileiro no interior justo quando o país se dirigia em peso para as cidades. É curioso também que essa identidade nacional seja inspirada num clássico de Voltaire, mas é sobre isso mesmo que se trata Candinho — uma obra fundamentada num personagem simplório, porém dotada de teor crítico, e político, com uma produção à altura da grandiosidade da Vera Cruz e um arsenal de referências artísticas usadas em prol de cativar o grande público. Sofisticação para mim é isso.

Por Rodrigo Torres

Assista ao filme: