Limite (1931)

Sinopse:

Em um pequeno barco à deriva, duas mulheres e um homem relembram seu passado recente. Uma das mulheres escapou da prisão; a outra estava desesperada; e o homem tinha perdido sua amante. Cansados, eles param de remar e se conformam com a morte, relembrando (através de flashbacks) as situações de seu passado. Eles não têm mais força ou desejo de viver e atingiram o limite de suas existências.

Contexto:

Limite é como um sonho. É um sonho Mário Peixoto realizar sua obra-prima aos 22 anos, e esse ser seu primeiro e último filme. O subjetivismo impressionista de Limite só não é mais potente do ponto de vista onírico do que sua influência expressionista — marcada em cada enquadramento enviesado, em cada close-up que distorce a imagem, em sua fotografia contrastada que denota o psicologismo dos seus personagens, no brilho de uma lâmina sobre o fundo escuro e em seu poder semântico. Já que estamos falando em vanguardas estéticas, é um sonho Limite ser tão surrealista, simbólico, metafórico, não linear e tão plausível, tão compreensível, por ser tão devoto das montagens de Eisenstein. Em retrospectiva, é impressionante testemunhar o que o cinema brasileiro foi capaz de produzir há quase 100 anos. Limite parece um sonho, mas seu legado é real.

Por Rodrigo Torres

Assista ao filme: