O Cangaceiro (1952)

Sinopse:

O cangaceiro “Capitão” Galdino aterroriza vilarejos pobres da Região Nordeste do Brasil, saqueando e matando com frequência com seu bando armado. Num de seus ataques ele rapta a professora Olívia e pede 20 contos de resgate por ela. Mas ele e o seu braço direito, o valente Teodoro, ficam atraídos pela bonita cativa e a discórdia se instaura no bando.[

Contexto:

Cangaço movie em tom de aventura – acentuado pela trilha sonora usada frontalmente para demonstrar o clima de tensão e construção baseadas em épicos norte-americanos, assim como no western, além de compor para a internalização dramática dos personagens. O dia a dia do grupo de cangaceiros, que sequestram mulheres e as tratam como figuras de segunda classe. O material embarca nessa onda naturalmente como era de se esperar, e usa do humor como forma de diálogo entre os personagens durantes estes embates. Desde que haja a existência de uma ética do cangaço. Centrada na figura do Capitão Galdino Ferreira (Virgulino Ferreira? – marota relação) com suas regras de honra e moral, que acabariam por ter vulto em seu acachapante e dramático desfecho. Há um aspecto de romanização no trato ao cangaço que longo quando aparece em seguida é posto em contraponto com alguma carga dramática contrária. O filme aponta estas contradições como inerentes ao grupo de cangaceiros. O que acaba sendo um acerto tanto histórico quanto narrativo.  Um romance proibido no meio do cangaço. Onde cangaceiro desafia Capitão ao fazer fugir a professora. Usa-se de uma poesia imagética para almejar o romance que se estabelece como íntima da barbaridade das ações, mesmo que ainda não tão sujas e duras com a história nos mostraria, mas ainda assim fortes o suficiente para segurar a narrativa assim como a boa encenação dos tiroteios. O que acaba por se configurar num esmero dramático que chegaria em seu findar com um final considerado por muitos como o único possível para aqueles que do cangaço viviam.  

Por Ted Rafael

Assista ao filme: