Sinopse:
Xenofontes (Oscarito), um sisudo professor de mitologia grega, é contratado pelo produtor Cecílio B. de Milho (Renato Restier) como consultor da adaptação do clássico “Helena de Tróia” para o cinema. Dois malandros, Piro (Colé) e Miro (Grande Otelo), são admitidos como faxineiros do estúdio e sonham em transformar o épico numa comédia carnavalesca.
Contexto:
Se Alô, Alô, Carnaval era a “semente” da chanchada, Carnaval Atlântida representa o momento, quase vinte anos depois, onde a árvore nasceu, cresceu e está mais frondosa que nunca. A máquina brasileira do gênero estava aquecida graças aos inúmeros astros revelados, e aqui estão os dois maiores cômicos da era: Oscarito e Grande Otelo, uma dupla cômica que fez frente – ao menos por aqui – a nomes de expressão mundial como Os Três Patetas, Irmãos Marx e Abbot e Costello. A sátira também estava mais afiada que nunca no comentário sobre o Brasil tentar competir com os EUA – enquanto um produtor chamado “Cecil B. De Milho” quer filmar um épico sobre a Guerra de Tróia,a equipe faz questão de transformar tudo em comédia. Rindo dos grandes épicos e da vontade de mimetizar os mesmos, a chanchada emergia como uma linguagem genuinamente nacional, “quebrando a quarta parede” para rir da cara do público elitista que os desprezava.
Por Bernardo Brum